Haley Margon foi vereador e prefeito em Catalão; já ocupou o cargo de deputado federal, ex-secretário Estadual da Fazenda, Indústria e Comércio. Também foi Ministro Interino do Ministério da Agricultura e é Benemérito da UFG. Há mais de 50 anos suas ações em ambiente político influenciam a história de Catalão e região.
Ele nasceu em 1930 e tem acompanhado a cidade em várias fases. Teve uma infância normal para a época, mas já demonstrava interesse atípico por matemática e literatura francesa e russa. “Não gostava de pescar, dormia cedo”, disse.
Haley Margon em meados de 1950
Foi para Niterói/RJ, para estudar o Ensino Médio, mas com a morte do seu avô João Margon, em 1951, retornou à Catalão. “Voltei e me dediquei ao trabalho”. Antes de sua atuação no meio político, Haley Margon exerceu várias funções: foi caminhoneiro e desbravou o Brasil fazendo entregas adversas; também trabalhou na charqueada e no frigorífico que a família tinha em Catalão. Com o passar dos anos, além de ser figura pública e política, no seu currículo ainda constam participações em empreendimentos de segmentos como transporte, fábrica de macarrão, loja de produtos veterinários e estabelecimentos agropecuários.
Em 1963, pelo PSD (Partido Social Democrático), deu início às atividades no Legislativo da cidade. Haley, ainda em campanha para vereador, era visto na cidade e também na zona rural, ouvindo os moradores. Ele já tinha a noção de que o setor agropecuário de Catalão, embora sustentasse a economia do município durante quase toda a história, não era expressiva em âmbito estadual. Mas, precisava de atenção e assistência, afinal, considerável parcela da população morava na zona rural e enfrentava várias dificuldades. “Os problemas da população são eternos. Podem ser amenizados, contornados, ora resolvidos, mas com boa gestão pública”, disse.
Questionado sobre quem o inspirou na época, Haley conta sobre Leovil Evangelista da Fonseca – conhecido por ter sido um homem severo, mas justo. “Trabalhamos juntos quando jovens e sempre admirei a forma de enxergar as coisas e suas tomadas de decisão”.
Outro nome mencionado por Haley foi Públio de Souza. Enquanto prefeito, Públio fez grandes feitos para cidade, sendo que as 29 escolas erguidas na região foi o feito mais expressivo para Haley. “Levou-se estudo a quem não tinha acesso. Crianças e jovens da zona rural tinham educação limitada por falta de recursos e escolas”, conta Haley se referindo ao fato de que o cenário educacional, principalmente na zona rural, melhorou consideravelmente.
Com apoio de Haley, institutos como Sesi, Senai e Senac se instalaram em Catalão em meados da década de 1980, quando prefeito da cidade, já visando a instalação das mineradoras. Por meio da educação, Haley conseguia dosar até o aspecto econômico da época, que consistia na busca da consolidação de um polo minero-industrial em Catalão. “Existiam as minerações, mas a transformação industrial do minério poderia gerar mais empregos. Com centros de formação técnica, tínhamos como oferecer capacitação aos catalano. Sem contar que a cidade desenvolveu muito nesta época. Foi uma época que muitas famílias se instalaram aqui”, disse.
Um dos capítulos de inovação escritos na história de Haley está a Escola Agrícola. Uma doce e amarga lembrança. Isso porque ele teve esta preocupação com o trabalhador rural em seu mandato como prefeito (1982-1989) e criou a Escola Agrícola de Catalão. O local oferecia, em regime de internato, toda infraestrutura aos alunos – do quinto ao oitavo ano. “O que era produzido abastecia o consumo dos docentes e estudantes. Os excedentes eram comercializados e o dinheiro todo revertido em melhorias”, disse o ex-prefeito. Só que o projeto não teve prosseguimento na gestão seguinte. “Não viram como prioridade e famílias foram prejudicadas”, lamenta.
Outros inúmeros projetos de iniciativa e engajamento de Haley “vingaram” e estão ativos até os dias de hoje. Ao longo dos anos várias tentativas foram feitas para que Catalão fizesse parte do programa de extensão da UFG – que oferecia a cidades do interior os benefícios oferecidos pelo ensino superior e projetos de pesquisas locais. Foi assinado, em Goiânia, o convênio para que a UFG oferecesse os cursos de Licenciatura em Geografia e Português na cidade. O Campus avançado foi criado no dia 13 de dezembro de 1983.
Haley ainda viabilizou a implementação do Centro de Ensino superior de Catalão – Cesuc. Em 1985, com três cursos (Direito, Administração e Pedagogia), a faculdade começou suas atividades no colégio Polivalente à noite, antes ir para a estrutura próximo ao Parque de Exposição – local que recentemente se tornou novo campus da Una Catalão.
Também em 1985, foram criados e inaugurados a Casa da Cultura e o Museu Cornélio Campos. A banda municipal foi reativada e eventos culturais, como concurso de contos de causos e peças teatrais, foram promovidos com frequência.